sábado, 31 de janeiro de 2009

Continuo à espera...

Amo-te...será que sim? Pode o amor existir sem o seu objecto? Não sei realmente se te amo, mas sei que te amei muito. E se te visse? O amor que sinto agora parece abstracto, embate nessa parede e volta para trás, para o ninho de recordações, objectos, música, livros, odores... não o sinto na carne como antigamente. É como o som que não se pode propagar no vácuo por falta de matéria, que precisa de fazer vibrar partículas para existir. O presente é este vácuo. Pergunto-me se sinto realmente algum amor agora, neste exacto momento...ou se é a poderosa e prodigiosa memória a fazer as vezes dos sentidos?... A memória é pouco imune ao tempo... Quero acreditar que ainda te amo, com os sentidos. Fecho os olhos, impregno-me com força, mas nada. Nada se propaga. Nenhum arrepio na pele, nenhuma arritmia, nenhuma quebra da respiração...Só resta este vazio. Um vazio assim dentro de uma pessoa é a coisa mais triste que pode haver.

Continuo à espera que venhas...

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